PAIXÃO PROIBIDA – Primeiro Capítulo (Estreia)

UMA NOVELA DE ARTHUR FERRAZ

228 - Cópia - Cópia (6)

CENA 1 : CASA DE JOAQUIM/INT/DIA

Em um vilarejo,mostra uma casa mau acabada. Cena corta para dentro da residência.Joaquim está arrumando as mudanças. Otimista com a nova morada.

Joaquim – Pois é família, vamos arrumando devagar. Com muito cuidado para não quebrar os talheres, pois tem umas coisas aí que são frágeis e precisam de muito cuidado para arrumar no caminhão.

Sônia – Ô bem, como é que os nossos meninos vão se você for levar algumas coisas lá na frente? Só vai caber mal a gente!

Álvaro – Deixe mãe. Eu e Inácio vamos de ônibus para facilitar melhor o espaço para vocês levarem as coisas. Devemos chegar lá pelas 4 da tarde.

Joaquim – Olha meu bem. Essa casinha nos abrigou por tanto tempo. Saio daqui com o coração partido. Mas sei que lá será melhor. A Walkiria me disse que o ponto já está arrumado, é só chegar com as mercadorias, pois a cidade está padecendo de uma mercearia. A casa lá também já está ajeitada, ela mandou a empregada dela dar uma geral lá.

Sônia – Que beleza, bem. Assim me poupa de serviço. Então vamos embora!

 

CENA 2 : FAZENDA/EXT/DIA

Todos estão nos preparativos da festa do noivado de Marina. Cândida chega desesperada até Pedro.

Cândida – Pedro! Pedro!

Pedro – O que foi Candinha? Alguém está morrendo?

Cândida – Eu que vou morrer daqui a pouco! Sabe que horas são? Já vai dar meio dia e nada das comidas prontas ainda. O que você pretende servir para os seus convidados?

Pedro – Já comprei tudo que tinha que comprar, mandei matar o Leitão. Agora o resto é com vocês. Cadê a Tonha? Para que temos empregada nessa casa?

Cândida – Você disse bem, empregada. Não é cozinheira. Ela já limpa a casa que é enorme, passa as roupas e ainda cozinha todos os dias. Dá uma trela pra ela não é, Pedro? Falando nisso esqueci. Meu Deus! Mamãe chega hoje, pede alguém para ir lá buscá-la?

Pedro – Vou pedir o Emiliano para ir lá buscar a velha rabugenta. Ô Emiliano, vem aqui!

Emiliano que estava distante se aproxima dos patrões e fica parado diante deles.

Emiliano – Sim senhor, chefia!

Pedro – Eu já te disse que quem tem chefia é Índio. Eu sou seu Patrão! Pegue o carro e vá até ao ponto aonde para o ônibus, pois minha sogra está chegando. Ah, aproveita também e vá até a casa das três fofoqueiras e diga a elas que estou chamando-as para preparar o jantar da festa do noivado de minha filha. (T) Rápido! Vá e volte logo.

Emiliano se vai. Cândida e Pedro continuam a conversar e um pouco mais distante Marina vem se aproximando dos pais irritada.

Marina – Pai eu não quero saber de nenhum contratempo dessa festa de noivado. Eu avisei que não queria festa nenhuma e falei que também não queria responsabilidades sobre isso. Tá tudo por sua conta!

Pedro – Que modos são esses de falar com seu pai sua insolente? Me respeite. E outra quando foi que eu corri do Pau? Pra você ser alguém na vida, precisa tomar muito da minha água ainda… Por isso que estou te casando logo, pro Marcos te botar redias!

Cândida – Mais que ignorância com sua filha Pedro! Deus me livre!

Pedro – E você também Candinha. Dê graças a deus de ter achado um marido igual a mim, se não até hoje você estaria lá na casa da sua mãe e teria ficar enjoada igual a ela!

 

CENA 3 : ÔNIBUS/INT/TARDE

Olga está sentada em uma poltrona que fica ao lado do corredor do ônibus. Ele para e nesse momento Inácio e Álvaro adentram no veículo e vão andando pelo corredor até chegar próximo a Olga.

Álvaro – Com licença.

Olga – Pode ficar a vontade, garoto. Com sua formosura pode passar a vontade. Tenho certeza que em sua cidade as mocinhas devem ficar alvoroçadas, não é mesmo? (Risos)

Álvaro e Inácio sentam nas poltronas ao lado de Olga.

Álvaro – (Risos) Obrigado pelos elogios. A sra. vai para Serra Nova também?

Olga – Sim, estou indo para o noivado de minha neta na fazenda de minha Filha. E você? Vai pra lá também?

Álvaro – Sim, na verdade estou de mudança, só que como o caminhão não tinha espaço eu e meu irmão iremos de condução. Será que vai demorar muito até chegarmos lá?

Olga – Está com pressa? Eu não estou nem um pouco. Só de saber que vou pra casa da minha Filha me dá até um friozinho na espinha!

Álvaro – Por quê?

Olga – Eu tenho um Genro que é uma peste! Ele se chama Pedro Leopoldo. É o fazendeiro mais poderoso da região e por isso sempre quer manter a pose de poderoso. Não gosta que passem por cima de suas ordens. Um nojento! Mequetrefe. Álvaro – (Risos) E quantos filhos esse tirano, segundo palavras, teve?

Olga – 3. Beatriz, a caçulinha. Ângela, a do meio e Marina, a mais velha. Marina está noivando hoje. Você tem que conhecê–la. É um amor de menina, só que vive sendo mandada pelo pai e isso dificulta ela adquirir cultura, novas idéias, sabe?

Álvaro – Difícil, mas quem sabe ela casando e saindo de casa ela não pega mais experiência? Eu quero conhecê-la sim senhora.

 

CENA 4 : PRAÇA/PONTO DE ÔNIBUS/EXT/TARDE

Emiliano está no ponto. Inquieto ele se dirige a um balcão no local aonde se encontra uma moça que trabalha para a empresa do ônibus.

Emiliano – Mocinha, você sabe se o ônibus está chegando? Que horas vai chegar…?

Agente – Se eu fosse o senhor voltava para casa e depois vinha mais tarde… Lá pelas 5 horas. Ele sempre costuma atrasar um pouquinho.

Emiliano (Em pensamento) – Poxa vida. O patrão vai me matar. Tudo por causa dessa velha rabugenta que tinha que chegar logo hoje! Não podia ter vindo antes?

 

CENA 5: CASA DAS VIUVAS/INT/TARDE

Adelaide prepara o café da tarde. Emiliano chega batendo na porta com muita pressa. Bate na porta sem parar.

Emiliano – Ô de casa!

Adelaide – Esse parece que não teve mãe! Deus me livre. A cada dia que passa as pessoas estão virando bicho. Já vai! (abre a porta) O senhor não viu uma campainha aí?

Emiliano – Dona, estou com pressa. Vim só trazer um recado para a senhora e suas companheiras irem lá pra fazenda do seu Pedro. Ele pediu para vocês ficarem na parte da comida.

Adelaide – E pra quê tem que ser nós três? É algo especial?

Emiliano – Hoje a noite tem a festa de noivado da Marina com o Marcos. E como estão sem cozinheira, pediu para eu vir até aqui buscá-las.

Adelaide – Ah, é mesmo. Não se fala em outra coisa na cidade. Guarde-me aqui que irei perguntar as minhas amigas e volto com a resposta. Adelaide fecha a porta e vai até as amigas.

Abigail – Quem estava na porta?

Adelaide – É o Emiliano, empregado lá da fazenda do seu Pedro. Ele disse que ele está nos chamando para ir lá preparar as comidas do noivado da filha dele, a Marina.

Quitéria – Noivado? Que noivado?

Adelaide – O da Marina com o menino Marcos.

Abigail – Estou dentro. Você sabe que não perco uma festa por nada. Estou indo me arrumar agora mesmo. (Saindo da sala)

Adelaide – E você Quitéria?

Quitéria – Não tem outro jeito, não é? Vou me arrumar também.

Quitéria sai em direção ao interior da casa. Adelaide vai até a porta abrindo-a ao chegar nela.

Emiliano – E então?

Adelaide – Iremos. Só aguarde um momento que iremos nos arrumar e logo partiremos rumo a fazenda de seu Pedro.

Adelaide fecha a porta. A imagem fica em Emiliano que sai resmungando em direção ao carro.

Emiliano – Se não bastasse uma velha enjoada agora tem mais três! Após algum tempo elas saem arrumadas e entram no carro e vão para a fazenda.

 

CENA 6: CASA DE LUIS/INT/TARDE

Estão todos se arrumando para a festa.

Luís – Morgana, já está aprontando as coisas?

Morgana – Uai, que eu saiba não sei que tantas coisas são essas que você se refere?

Luís – As bebidas, ou esqueceu que ficamos por conta das bebidas? Você sabe como nosso amigo é enjoado. Qualquer coisa ele se estressa.

Morgana – Ah, não estou me importando nenhum pouco com isso. Não dou nem confiança para aquele nojento. Insuportável. Não sei como a Cândida atura aquele homem.

Luís – Pois é, mas vamos esquecer isso e vamos fingir que nós gostamos dele, alias, agora ele será nosso parente, não é mesmo? Quem está feito é o nosso filhão, não é filhão?

Marcos – Olha pai, só estou fazendo isso por causa de vocês, pois não vou com a cara daquele homem. Se bem que depois de me casar com Marina irei fazer a cabeça dela para irmos embora daqui. Para gente se livrar daquele pessoal.

Luís – Esse é o meu garoto, puxou o pai! Isso mesmo, meu filho. Não se prenda a ninguém.

Morgana – Mais Luís, se eles forem embora como vão se manter lá fora?

Luís – Bem, não quero nem saber! Quem casa quer casa quer casa! E no mais tem sogro rico que pode muito bem mantê-los fora da cidade. Comprar uma casa fora e etc…

Luciana – Que bonito Pai! Belo exemplo para os filhos. Não sei como o senhor ainda conversa com aquela família. De primeiro, não gosta deles. Agora terce elogios a eles até dizer chega. Tudo pelo interesse. Eu não sei aonde vocês querem chegar?

Luís (Alterado)– Cala essa boca sua mal criada!

Luciana – (Deboche) Com essa criação que vocês me passam…

Luís – Mais é muito bicuda essa menina… Olha vou ter que dá uma saída. Hoje não quero estragar meu dia por causa de poucas palavras desagradáveis. Morgana – Vai aonde Luís?

Luís – Irei a Fábrica dispensar o pessoal para se arrumarem e irem à festa.

Morgana – Mas pra quê funcionário em nossas festas? Não era para ter chamado.

Luís – Negativo! Em festa minha faço questão de todos eles estarem para verem que nós fazemos bonito para os convidados. Vou lá e não demoro. Ah… Quando eu voltar quero que vocês estejam arrumados para chegarmos lá e receber os convidados.

CENA 7: FABRICA/INT/TARDE

Luís chega para avisar aos funcionários.

Luís – Como vai Dona Glória? Cadê o restante do pessoal?

Glória – Olá, Seu Luis! Olha estão todos lá dentro fazendo uma reunião para mostrar as novas maquinas que chegaram.

Luís – É mesmo, tinha me esquecido. Quando acabarem peça a eles para vir até a minha sala e a senhora também. Luís sai em direção a sua sala.  Glória se levanta e vai até os outros funcionários que estão distraídos.

Glória – Carlinhos me dê um segundo. Preciso falar com você.

Carlos – Mas agora? Glória – É rapidinho.

Carlos – Pois não.

Glória – Seu Luís disse que quer todos nós lá na sala dele. Não sei do que se trata.

Carlos – Tudo bem,vamos lá agora. Vou chamar o pessoal.

Corte para Glória, Carlinhos e algumas centenas de funcionários na sala de Luís. O chefe está sentado em sua cadeira diante de sua mesa.

Carlos – Pois não, senhor Luís? Mandou nos chamar?

Luís – Sim. Quero dizer que não sei se vocês sabem, mas hoje é o noivado do meu filho, Marcos.

Glória – Sim, todos nós sabemos. É o assunto da cidade. Não se fala em outra coisa em Serra Nova.

Luís – Então, vim aqui em nome da minha família convidá-los para irem a festa que será logo mais a noite, na fazenda do futuro sogro do meu filho, o senhor Pedro.

Carlos – Sim, quem não o conhece?

Funcionário – E quem não quiser ir? Luís – Continuará trabalhando normalmente!

Funcionário – Acham que vou perder a boca livre?

Luís – Boca livre só se for na sua casa, pois hoje será uma festa de noivado e só vão pessoas de classe e cultura. Estou convidando vocês por consideração, mas se principalmente você não quiser ir é um favor que faz! Os senhores estão liberados. Até mais tarde!

 

CENA 8: FAZENDA/EXT/TARDE

As viúvas chegam à fazenda enquanto os preparativos estão a todo vapor. Pedro se assusta em não ver Olga.

Pedro – Que bom que a senhoras vieram! Emiliano, cadê Dona Olga? Não me diga que ela não veio?

Emiliano – A moça que atende lá disse que o ônibus costuma chegar depois das 5. Mais tarde retornarei lá.

Pedro – Era bom demais para ser verdade. Mas e aí? Atrapalhei alguma coisa no cronograma de vocês? Adelaide – De jeito nenhum seu Pedro. Seu pedido é uma ordem!

Pedro – Que bom que pensam assim. Saibam que só irão ganhar pontos com o amigo aqui.

Quitéria – E Cândida? Está aqui?

Pedro – Está sim. Tonha!

Tonha – Sim senhor.

Pedro – Avise a Candinha que as Senhoras chegaram! E vocês venham comigo até a cozinha.

 

CENA 9 : FAZENDA/CASA/COZINHA/INT/TARDE

Pedro – Pelo o que estão vendo tem muita coisa pra fazer, então pedi para chamar as três para não ficar muito pesado. Depois acertaremos o valor do serviço, podem dar o preço. O Leitão está aí, só temperar e botar no forno lá fora e fazer as outras comidas.

Abigail – Está bem. Vamos dar conta aqui rapidinho e vai ser uma festa!

Cândida e Ângela chegam ao recinto.

Cândida – Pelo o que estou vendo vai sair coisa boa pra gente! Tudo bem?

Ângela – Hummm… Hoje vai ser muito bom. To vendo que tem cozinheiras especiais aqui hoje… Beatriz chega ao local.

Beatriz – Mãe, Marina está chamando a senhora no quarto.

Corta para:

 

CENA 10: FAZENDA/QUARTO DE MARINA/INT/TARDE

Cândida – O que houve minha filha?

Marina – Vovó já chegou?

Cândida – Não. Só depois das 5.

Marina – Então vou lá com Emiliano buscá-la.

Cândida – Mais minha filha você tem que se arrumar, esperar os convidados. Se você for até a cidade vai se atrasar…

Marina –(Corta) Não, mãe. Prometo não demorar. É que estou com saudades da minha avó.

Cândida – Eu também filha, mas estou mesmo é pensando como vai ser a estadia dela aqui conosco sendo que ela e seu pai não se suportam. É muito difícil.

Marina – Deixa mãe, o pai vai ter que aceitar ela. Vou lá vê se Emiliano já está pronto.

Corta para:

 

CENA 11: FAZENDA/TERREIRO/EXT/TARDE

Emiliano está limpando o capô do carro quando Mariana vem se aproximando na direção dele.

Marina – Emiliano você já está pronto?

Emiliano – Estou, mas você também vai?

Marina – Sim, quero dar um abraço na minha avó.

Emiliano – Mas já não vai abraçá-la aqui?

Marina – Ah, quero abraçar ela lá. Vamos? Os dois entram no carro e partem em direção a cidade.

 

CENA 12: PENSÃO/INT/TARDE

Joaquim e Sônia chegam na pensão da Walkiria. Muito cansados. Carmelita os recebem.

Carmelita – Então vocês são os amigos de Dona Walkiria que ela tanto falava? Como foram de viagem?

Joaquim – Somos nós mesmo… (pausa) E cadê ela?

Carmelita – Ela foi na casa do prefeito para tratar um assunto com ele do Clube.

Sônia – Uai, ela tem clube agora?

Carmelita – Na verdade esse clube pertence a cidade, mas como está abandonado ela agora vai assumi-lo e abrirá um bar e clube de dança.

Joaquim – Sônia está dando 5 horas. Os meninos devem estar chegando, mas antes vou deixar as mudanças descarregando lá na casa nova.

Carmelita – Eu levarei vocês lá. A chave está comigo.

 

CENA 13 : PONTO DE ÔNIBUS/EXT/TARDE

Joaquim e Sônia chegam ao ponto. Emiliano e Marina chegam logo após. O ônibus chega ao local. Os passageiros começam a descer. Olga sai do veículo.

Emiliano – Até que enfim! Pensei que a sra. Não ia vir mais…

Olga – Mais como pode? Acha mesmo que vou perder o noivado da minha neta?

Marina – Vó! Que bom rever a Senhora!

Eles se afastam um pouco do ônibus. Inácio e Álvaro desembarcam.

Joaquim – Olha lá Soninha, os meninos chegaram. Como foram de viagem meninos?

Álvaro – Fomos bem. Pai,conheci uma senhora maluquinha.

Joaquim – (Apontando para Olga) Por acaso é aquela ali?

Álvaro – A própria. Vou lá pegar minhas malas no bagageiro!

Marina, Álvaro e Emiliano pegam algumas bagagens. Enquanto eles pegam as malas Marina cai de costas puxando o peso e Álvaro sem querer não á vê e cai por cima dela. Os dois ficam se olhando. Um fascinado pelo outro.

FIM DO CAPÍTULO!

Escrita por
Arthur Ferraz

Direção
Vinny Lopes

Realização
ADNTV Ficção

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4 comentários em “PAIXÃO PROIBIDA – Primeiro Capítulo (Estreia)

  1. Arthur, cara, sinceramente fazia tempos que não lia história de época. Sei que em sua nova trama matarei essa saudade. Capítulo de estréia excepcional, diálogos e objetivos todos concentrados no que o episódio de estréia condiz. Parabéns, arrasou na estreia “em novelas de época do blog”.
    Estarei sempre por aqui.m
    Sucesso.

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